Por Mariana Jungmann: Agência Brasil
O
Senado aprovou hoje (28) a criação das fundações de Previdência
Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) que prevê a
implantação de três fundos independentes de previdência complementar
para os servidores federais dos Três Poderes: a Funpresp-Exe, do Poder
Executivo; a Funpresp-Leg, para o Legislativo; e a Funpresp-Jud para o
Judiciário. A aprovação do projeto é vista como fundamental pelo governo para reduzir o déficit na Previdência Social.
Pelo
projeto aprovado, quando um servidor público federal se aposentar, ele
receberá do Instituto Nacional de Previdência Social, no máximo, o teto
previsto em lei – que atualmente é R$ 3.916,20. Para garantir um valor
equivalente ao salário que tem na ativa, a aposentadoria do servidor
será complementada pela fundação de previdência complementar relativa ao
poder para o qual trabalha.
Para
isso, além de contribuir com 11% do teto do regime geral da Previdência
Social para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ele também
deverá contribuir com mais 8,5% para o fundo complementar. O órgão onde o
servidor trabalha também contribuirá com 8,5% para a previdência
complementar. O modelo complementar é optativo e o servidor poderá
escolher não contribuir e se aposentar recebendo apenas os vencimentos
pagos pelo INSS.
A
manutenção da Funpresp será garantida pela contribuição paritária dos
servidores públicos federais e da União, ou seja, cada um entra com 50%
dos recursos captados. Cada funcionário decidirá anualmente o percentual
de seus vencimentos a ser descontado em folha. Os benefícios serão
pagos em caráter vitalício, após 35 anos de contribuição para homens, 30
anos para mulheres, e segundo as regras vigentes para aposentadorias
especiais.
A
gestão da Funpresp deverá ser exercida por membros do conselho
deliberativo, que será composto em número igual de servidores e
representantes da União: seis membros indicados pelo Executivo,
Legislativo e Judiciário, para mandatos de quatro anos. Os
representantes de cada poder indicarão os quatro membros do conselho
fiscal. Caberá aos conselheiros a indicação de dois dos quatro diretores
executivos do fundo. Mais dois diretores deverão ser eleitos
diretamente pelos participantes da fundação.
Para
garantir o funcionamento da Funpresp, a União já garantiu aporte
financeiro de R$ 100 milhões no Orçamento de 2012. Metade desses
recursos será destinada à manutenção do fundo do Executivo e R$ 25
milhões para cada fundo do Legislativo e Judiciário. De acordo com a
matéria aprovada, a Funpresp será fiscalizada pela Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (Previc), tal como os demais fundos
de previdência complementar em funcionamento no país. A contratação de servidores efetivos para a fundação deverá ser feita por concurso público.
As
novas regras valem para os servidores públicos contratados a partir da
sanção da lei, que deve ocorrer em até 15 dias. Os servidores que já
estão na ativa continuarão com o mesmo regime de previdência no qual o
benefício é equivalente ao salário integral e pago pelo INSS.